dezembro 18, 2011

COLUNA RODOLFO VALVERDE: O QUEBRA-NOZES

Com apenas três obras no gênero, o compositor russo Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1896) reformulou a arte de compor música para ballet. A última delas, O Quebra-Nozes, provou-se uma obra-prima perene e de influência ímpar nas mais diversas expressões artísticas da atualidade.

Após o sucesso do balé A Bela Adormecida, Tchaikovsky dedicou-se a uma nova obra, em mais uma inspiradíssima colaboração com o coreógrafo Marius Petipa, baseada em um conto do alemão E.T.A Hoffmann, O Quebra-Nozes e o Rei dos Ratos, adaptado por Alexandre Dumas pai. A premiére, em 18 de dezembro de 1892, aconteceu no Teatro Mariinsky (que comissionou a partitura), em São Petersburgo, em um programa duplo com a última ópera de Tchaikovsky, Iolanta.

Dividido em dois atos, o libretto de Petipa nos leva de um mundo real, embora onírico, delineado no primeiro, ao mundo feérico do segundo ato, que inclui alguns dos números musicais mais originais e famosos da história do balé, como a Valsa das Flores, a Marcha e a Dança Russa.

A inspirada música de Tchaikovsky respondeu à perfeição às exigências coreográficas de Petipa. Com extraordinários coloridos instrumental e harmônico, a partitura de O Quebra-Nozes forneceu material para diversas suítes que consolidaram o sucesso da obra. Particularmente notável é o uso de instrumentos normalmente não associados à orquestra sinfônica do século XIX, como a celesta, que caracteriza principalmente a Dança da Fada Açucarada.

A performance de estreia foi regida por Riccardo Drigo e contou com as atuações de Antonietta Dell-Era, como a Fada Açucarada, e a menina Stanislava Belinskaya, como Clara. Todos os papéis infantis foram interpretados por crianças, estudantes da Escola Imperial de Balé. As reações à coreografia foram ambivalentes, dentre outras razões, pelo fato da protagonista ter que esperar até o fim do segundo ato para dançar seu grande pas de deux.

Em 1919, o coreógrafo Alexander Gorsky eliminou a Fada Açucarada e seu Cavalheiro, deixando as suas danças para Clara e o Quebra-Nozes, interpretados por bailarinos adultos pela primeira vez. Tal substituição se tornou habitual em diversas produções subseqüentes, especialmente a partir da versão coreográfica de Vasili Vainonen, de 1934. Neste mesmo ano, aconteceu em Londres a primeira performance completa do balé fora da Rússia.

Outras versões de destaque incluem as de George Balanchine para o New York City Ballet (1954), de Rudolf Nureyev para o Royal Ballet e a presente, concebida por Yuri Grigorovich para o Bolshoi Ballet, sem contar as várias releituras realizadas por Mark Morris, Matthew Bourne e Maurice Bejart.

A partir de segunda metade do século XX, O Quebra-Nozes tornou-se um símbolo das comemorações natalinas, encenado e apreciado em todo o mundo ocidental.

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dezembro 09, 2011

COLUNA RODOLFO VALVERDE: FAUSTO - DE GOETHE A GOUNOD

O compositor francês Charles Gounod (1818-1893) é um dos nomes mais emblemáticos na definição de um estilo operístico francês romântico. Estreada em Paris em 19 de março de 1859, Faust é a sua quarta obra para o teatro lírico (de um total de treze) e uma das mais apreciadas, ao lado de Roméo et Juliette (de 1867).

O libretto de Jules Barbier e Michel Carré, colaboradores constantes do compositor, é baseado na peça Faust et Marguerite, do mesmo Carré, inspirada livremente na Parte 1 do Fausto de Goethe, obra seminal do Romantismo.

A estreia de Faust ocorreu no Thêatre Lyrique com diálogos falados no lugar dos recitativos, compostos somente em 1860. Após uma jornada por teatros alemães, italianos e ingleses, a ópera de Gounod teve a sua primeira apresentação no Opéra de Paris em 1869, após revisões e a inserção do ballet no Ato V (Noite de Walpurgis), tornando-se a obra mais encenada da história daquele teatro.

Para as performances em Londres, Gounod compôs uma das mais célebres árias da partitura, Avant de quitter ces lieux, para a personagem de Valentin, irmão de Marguerite, que originalmente não tinha árias.

Apesar de seguir várias das convenções dramáticas do estilo Grand Opéra, a música de Faust possui características marcantes de seu compositor, como o lirismo acentuado, o rigor formal e a orquestração expressiva, caracterizando as diversas cenas através de texturas e coloridos tímbricos. A aparição de Marguerite na segunda cena do ato I, a cavatina de Faust no ato III (Salut, demeure chaste et pure), a serenata cantada por Méfistophélès ou a cena do baile, no Ato II, estruturada como um rondo, são alguns dos melhores exemplos.

Personagem mais desenvolvida da ópera, Marguerite é vividamente caracterizada através da música, do despertar de sua sensualidade, projetada nas interrupções de sua balada do Rei de Thulé, à estatura heróica que adquire na impactante cena da igreja (no ato IV) e no trio final. Momentos de maior naturalismo, inusitados na ópera francesa de então, como o arioso inicial de Fausto, antecipam os procedimentos composicionais de autores posteriores, como Massenet.

Para o Metropolitan Opera House, o Fausto de Gounod tem um significado muito especial, pois foi a ópera que marcou a sua inauguração em 22 de outubro de 1883 e, nos anos que se seguiram, abriu todas as temporadas do teatro de New York. Nesta temporada, o MET recebe uma nova produção do premiado diretor Des McAnuff, atualizando a narrativa para a primeira metade do século XX, demonstrando que, apesar das críticas de sentimentalismo, a ópera de Gounod ilustra diversas das facetas transcendentais do texto original de Goethe.

Nos vídeos a seguir, Des McAnuff comenta a sua visão do Fausto de Gounod:

Jonas Kaufmann e René Pape interpretam o duo, do Ato I, "A moi, les plaisirs":

E, em performance intensa, Jonas Kaufmann se une a Marina Poplavskaya:

Por fim, excerto da célebre ária das jóias na interpretação de Marina Poplavskaya:

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dezembro 08, 2011

Sábado, dia 10 de Dezembro às 16H00, assista direto do MET OPERA – FAUSTO, de CHARLES GOUNOD AO VIVO nos cinemas.

A clássica versão do compositor francês
Charles Gounod para a lenda do Doutor Fausto
apresentada pelo MET nesta temporada traz
um elenco de peso: no papel-título, o tenor
alemão Jonas Kaufmann (uma das grandes
vozes da cena lírica internacional, nas palavras
do maestro Cláudio Abbado), o baixo René Pape
(dono de uma voz em um milhão, segundo
a revista Opera News) como Mefistófeles e a
talentosa soprano russa Marina Poplavskaya no
papel de Marguerite.

Composta entre 1856 e 1859 (e modificada
várias vezes pelo próprio Gounod), a ópera
foi transportada pelo diretor para a primeira
metade do século XX.

Ao longo de cinco atos, Gounod narra a trajetória
de Fausto, que sela um pacto com Mefistófeles
em troca de gratificação sexual. Inspirada no
romance homônimo de Goethe, a composição
de Gounod é considerada uma das obras-primas
da segunda metade do século XIX.
Fausto é uma co-produção entre o MET e a Ópera
Nacional Inglesa. A montagem recebeu elogios
da crítica londrina quando foi apresentada na
ENO na temporada passada.

A transmissão será em 6 cidades e no total de 9 salas.

TRANSMISSÃO AO VIVO - DIA 10 ÀS 16H

- RIO DE JANEIRO
Cine Leblon
Roxy
São Luiz
Vivo Rio

- SÃO PAULO
Kinoplex Itaim

- SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Cinesystem Shopping Vale Sul

- MARINGÁ
Cinesystem Maringá Park

- PORTO ALEGRE
Cinesystem Shopping Total

EXIBIÇÃO GRAVADA DIA 15 ÀS 19H

- CAMPINAS
Cinesystem Galleria

dezembro 01, 2011

COLUNA RODOLFO VALVERDE: HÄNDEL e RODELINDA

Um dos gigantes da arte musical, o alemão Georg Friedrich Händel (1685-1759) compôs mais de 40 óperas entre os anos de 1705 e 1741, a maioria estreada em Londres, cidade que, ao ser adotada pelo compositor, assistiu ao apogeu da opera seria, o principal gênero dramático do barroco italiano.

Com libretto em italiano escrito por Nicola Francesco Haym (1678-1729), baseado, por sua vez, em um libreto anterior de Antonio Salvi inspirado na peça Pertharite, roi des Lombards, do dramaturgo francês Pierre Corneille, Rodelina, regina de’ Longobardi (HWV 19) é uma das mais bem-acabadas criações de Handel.

Seguindo a estrutura tradicional e as convenções da opera seria barroca, a força dramática de Rodelinda reside em suas longas árias da capo, que exploram, cada uma, os mais diversos afetos e motivações, e permitem a Handel delinear miraculosamente, através de sua música, toda a complexidade psicológica de suas personagens.

Dentre todas, destaca-se a rainha dos lombardos que, dividida entre seus deveres como rainha e suas emoções como esposa, é uma personagem profundamente desenvolvida em suas oito árias e um dueto. Do lamento de Ombre Piante, com solo de violino, no Ato I, ao júbilo de Mio caro bene, no terceiro e último ato, passando pelo sublime dueto Io t´abraccio no fim do segundo, toda a diversidade dos estados de espírito de Rodelinda, assim como das demais personagens, é captada pela música inventiva de Handel.

Sétima ópera do compositor para a Royal Academy of Music, a estreia de Rodelinda se deu em Londres, no King´s Theatre, em 13 de fevereiro de 1725, recebendo, em sua temporada inicial, 14 récitas. Era um período em que Händel se encontrava no ápice de seu sucesso e aceitação, tanto pela burguesia quanto pela aristocracia inglesas, o que lhe permitia a contratação dos melhores intérpretes italianos, em especial os cantores mais incensados de sua época, os célebres castrati.

Em Rodelinda, a produção de estreia reuniu estrelas absolutas, como a prima-donna Francesca Cuzoni, no papel-título, e o castrato Senesino como o rei usurpado Bertarido. A presença do tenor Borosini, que, como os demais, havia cantado em Tamerlano, no início da mesma temporada, permitiu a Händel criar uma nova grande personagem, o contraditório e atormentado vilão Grimoaldo, para seu registro vocal, pouco explorado na opera seria barroca.

Rodelinda foi a primeira ópera de Handel a ser executada no século XX, o que aconteceu em junho de 1920, em Gottingen, na Alemanha, em uma versão bem distante da original, mas que abriu as portas para um verdadeiro renascimento de sua vasta obra dramática. Rodelinda conta hoje com gravações de excepcional qualidade artística, como a versão (em áudio) dirigida por Alan Curtis com Simone Kermes como protagonista e, em DVD, a encenação do Festival de Glyndebourne, com Anna Caterina Antonacci e Andreas Scholl regidos por William Christie.

A atual produção do MET, concebida por Stephen Wadsworth e estreada em dezembro de 2004, é a quarta ópera de Handel a subir ao palco do teatro nova-iorquino. Inspirada em figuras históricas da história lombarda do século VII, a trama de Rodelinda é transferida, na atual montagem, para o século XVIII, preservando a essência universal do drama.

A seguir, alguns vídeos da produção do MET, protagonizada por uma constelação de intérpretes como Renée Fleming, Andreas Scholl e Stephanie Blythe, regidos por Harry Bicket:

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novembro 29, 2011

FUTEBOL - CAMPEONATO ESPANHOL: REAL MADRID x BARCELONA

E Mais uma vez a ESPN, em parceria com a Casablanca Online e MOBZ, anunciam a transmissão AO VIVO e em 3D nos cinemas do jogo entre Real Madrid e Barcelona. O primeiro clássico da temporada espanhola será no dia 10 de Dezembro às 21H (Horário de Brasilia). Confira o circuito das cidades e salas de cinema da transmissão:

DIA 10 DE DEZEMBRO ÀS 19H (Horário de Brasília) REAL MADRID X BARCELONA AO VIVO NOS CINEMAS - CIRCUITO PARCIAL

- RIO DE JANEIRO
Kinoplex Tijuca
UCI New York City Center

- MACEIÓ
Kinoplex Maceió
Centerplex Pátio Maceió

- CAMPINAS
Kinoplex Dom Pedro
Cinesystem Galleria Campinas

- SÃO PAULO
UCI Jardim Sul

- SANTOS
Cine Roxy Gonzaga

- FORTALEZA
Centerplex Via Sul

- CARUARU
Centerplex Caruaru

- PORTO ALEGRE
Cinesystem Shopping Total

- MARINGÁ
Cinesystem Maringá Park